segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Viagem ideal casa O Grove

Bom dia, boa tarde ou boa noite a todos os que estão a ler este blogue, decidi escrevê-lo a fim de dar conhecimento da minha experiência numa suposta excursão que realizei pela Ideal Casa com destino ao O Grove no passado dia 23 de Setembro de 2017.
Tudo começou quando recebi este panfleto em casa:
Como podem visualizar está a indicação da viagem ao O Grove por 2 dias por apenas 59,99€ com mariscada e visita a Santiago de Compostela.

Como podem ver na descrição o 1º dia resumidamente indica que a tarde inicia-se com a chegada ao hotel para check in e almoço. Á tarde ida ao Porto de O Grove, seguido de um passeio num fantástico cruzeiro pela Ria Arousa a bordo de um catamarã com visores submarinos e vistas sobre O Bao, Foz do Umia e outras paisagens da costa galega com degustação de mexilhões, camarões e vinho da terra ou refresco durante o percurso, visitando de seguida a Isla Da Toja e a Capela Das Conchas com regresso ao hotel para jantar uma deliciosa mariscada composta por sapateira, mexilhões, camarões e lagostins, peixe á moda galega e baile com a espectacular queimada popular. No 2º dia pequeno almoço e apresentação publicitária Ideal Casa seguido de um delicioso almoço e visita a Santiago de Compostela a visitar a praça da Alameda rodeada de belos jardins, árvores centenárias, universidade de Santiago considerada uma das mais antigas do mundo, de seguida tempo livre para visitar a grandiosa Catedral de Santiago de Compostela. Logo após com degustação das famosas tartes de Santiago, queijos, chouriço e licor de ervas. No final da tarde regresso a casa após ter desfrutado um dos mais belos passeios de toda a Galiza.
Agora contar-vos-ei  a realidade.
E a realidade começa as 3.30h portuguesas, quando a senhora motorista contacta a informar que está á nossa espera no local marcado pela operadora de call center que me atendeu para efectuar a reserva, precisamente nesse local estava eu e o meu marido á espera e nada. Com ajuda do meu marido lá consegue a senhora encontrar-nos pedindo-nos ajuda para a encontrar a morada do próximo passageiro, visto não conhecer a zona e não ter conhecimento nem meios de encontrar as moradas, assim que entraram os tripulantes seguintes e com a ajuda dos mesmos a senhora motorista consegui-o colocar a todos os supostos passageiros no autocarro em 3 horas, começando assim o principio da nossa viagem. A viagem correu bem com diversas paragens no caminho chegando finalmente ao destino por volta das 13h30m portuguesas ao Hotel Santome para efectuarmos o check in e almoçar-mos. O quarto era simples e espaçoso um pouco frio com 3 camas (2 de casal e 1 cama individual), roupeiro, televisão, casa de banho com poliban e uma varanda com uma cadeira. Assim que nos acomodámos descemos para almoçar e partilhámos a mesa com um outro casal que estaria na excursão, serviram-nos de entrada 4 fatias de pão baguete, sopa de lentilhas com carne de porco e chouriço, o prato principal a característica Paelha acompanhada de uma salada, uma garrafa de água aberta, vinho da terra aberto e sumo quando solicitado pelo cliente e por fim a sobremesa um cone de gelado de morango, recolheram o dinheiro 60€ e não nos deram o troco nem sequer nos perguntaram se queríamos ou não, eu sei que 0,01€ não é nada mas gostava que a atitude tivesse sido diferente. Após o almoço umas 15h espanholas partimos á estrada com a mesma motorista e com 2 vendedores da ideia casa (uma rapariga e um rapaz) no qual o rapaz seria o guia. A meio da viagem a caminho do Grove o vendedor guia pergunta-nos qual dos percursos queríamos fazer o do Grove ou o da Isla de La Toja porque quem quisesse fazer o passeio pagaria 4€ por pessoa e andava num mini comboio e os que não queriam teriam de passear na zona escolhida sozinhos e aconselhou-nos o Grove porque o passeio era mais longo de aproximadamente 40 a 45min enquanto o da Isla De La Toja era entre 30 a 35min. Relembro-vos que no panfleto estava descrito o começo da viagem no porto de Grove e depois do cruzeiro no catamarã é que iriamos á Isla de la toja e não estava descrito que teríamos de escolher um destino entre os 2 e pagar 4 euros por pessoa para fazê-lo. O vendedor guia entra em contacto com a agência do mini comboio a solicitar a viagem ao Grove sem sucesso visto estar ocupado com uma outra excursão e tivemos que ir á Isla de La toja que era a viagem que estaria disponível. O autocarro parou e os que decidiram ir no mini comboio foram, os que não quiseram por não saberem o que visitar ou esperaram sentados ou foram á descoberta, enfim...
O percurso inciou-se por volta das 16h espanholas e decorreu com a normalidade esperada, a visita foi toda explicada por uma gravação em português e pelo motorista em espanhol com pequenas paragens para fotografarmos as casas das celebridades e algumas curiosidades locais. Quando parámos o vendedor guia reuniu o grupo e informou que as 17h20m espanholas teríamos de estar no autocarro porque a viagem no catamarã seria as 18h, e quem o quisesse seguir visitaria a fábrica de sabonetes e a famosa capela das conchas. A visita iniciou-se por volta das 16h40 espanholas e fomos á fabrica dos sabonetes onde a maioria dos tripulantes aproveitou para comparar um pequeno "regalo" para as suas famílias ou para si próprios visto um dos ingredientes característicos dos produtos de higiene (sabonetes, gel duche, cremes hidratantes, desodorizantes, etc...) lá vendidos seria a água termal que existe naquela zona. (Recordo que a fábrica dos sabonetes não estava no itinerário descrito no panfleto), saímos da fábrica e fomos visitar a capela das conchas muito rapidamente devido ao tempo escassear e o relógio marcar 17h10m espanholas. Ás 17h20m espanholas estávamos no autocarro e iniciamos caminho até ao O Grove que só vimos pela janela do autocarro devido ás 18h espanholas  termos de estar na Isla de La Toja novamente para apanharmos o catamarã que iniciaria a sua viagem pela Ria de Arousa ás18h espanholas.  Iniciamos a viagem com uma fotografia á entrada do catamarã, degustámos mexilhões, camarões, refresco e vinho como estava descrito no panfleto e realmente contemplamos paisagens maravilhosas da costa galega. Usufruímos de uma pequena explicação sobre a criação do marisco naquela zona em português e regressamos á costa. Ao regressarmos á costa o meu marido perguntou pelos visores submarinos pois era uma das atrações do itinerário que ele gostaria de ver, informou um dos marinheiros que aquele barco não tinha visores submarinos mas que podíamos ter visto o fundo do mar quando efectuaram a explicação sobre a criação de marisco através e um monóculo aquático?!?! Chamámos o responsável da Ideal Casa que estaria na excursão connosco e perguntámos pelos visores submarinos o que nos informou que teríamos de falar com os marinheiros porque a Ideal Casa não se responsabilizava pelo que era mostrado no passeio no catamarã. Saímos descontentes e chateados ás 18h30 espanholas. Á saída estariam a vender as fotos que nos tiraram a 10€ com 2 raspadinhas. No regresso ao hotel fizemos uma pequena paragem na Isla de San Sadurniño (recordo que esta paragem não estava no panfleto) e ás 19h30m espanholas á porta do hotel Santome o vendedor guia informou que o jantar seria servido ás 20h30m espanholas seguido da tradicional queimada popular e de um pequeno baile e para no dia seguinte estarmos ás 7h30 portuguesas a tomar o pequeno almoço porque teríamos de trocar de hotel para assistirmos á apresentação publicitária Ideia Casa. Cheguei ao quarto que estava frio e para relaxar decidi tomar um banho enquanto o meu marido aproveitou para descansar um pouco, quando terminei e saí do duche tinha a casa de banho inundada e o quarto também em que a água chegava ao corredor dos quartos. Fui a recepção e expliquei á recepcionista o que estava a passar ela indicou que iria encaminhar a empregada ao quarto quando estivéssemos a jantar e que não teria nenhum aquecedor para colocar no quarto visto só terem aquecimento central e este estar desligado por ainda não se justificar ligá-lo. Voltei para o quarto, acordei o meu marido que meio a dormir meio acordado perguntou o que se tinha passado para que o quarto estivesse inundado expliquei-lhe e descemos para jantar. O jantar já estava servido e o casal que partilhára a  mesa connosco ao almoço já estava sentado. Servido em cima da mesa estava 4 fatias de pão baguete, um tabuleiro em inox com uma sapateira pequena, 6 camarões e 4 mexilhões em vinagrete uma garrafa de vinho já aberta, uma garrafa de água também já aberta e o sumo era servido pelos empregados caso o cliente solicitasse. O casal olhando para a travessa questionou-se dos lagostins aproveitaram a passagem do empregado pela mesa e perguntaram, o empregado muito mal educado e arrogante respondeu REPETIR NÃO, até que responsável da Ideal Casa veio ter connosco a perguntar se estava tudo bem e o casal queixou-se dos lagostins e da atitude do empregado. Ele lamentou a situação e respondeu que naquele hotel não sabiam o que eram lagostins e por isso não foi servido e o empregado era amigo do dono do hotel e que era arrogante e mal educado com todos. Eu falei-lhe do quarto frio e inundado no qual ele disse que iria tratar que nos fosse atribuído outro quarto. De seguida serviram o jantar filetes de peixe com arroz (recordo que no panfleto dizia peixe á moda galega que é um género de caldeirada) e para sobremesa fatia de bolo de tarte de Santiago. Após o jantar assistimos á queimada popular que é composta por aguardente, grãos de café, tiras de limão e laranja que depois é ateado fogo proferindo a reza típica galega até queimar o álcool e bebermos quente. Finalizada a queimada decidi ir descansar e não assistir ao baile e pedi a chave do quarto na recepção e voltaram-me a dar o mesmo quarto. O meu marido indignado e a reclamar dirigiu-se ao quarto a dizer que iria tomar banho e que teria de chamar a empregada novamente, o casal que estava connosco a jantar bateu-nos a porta do quarto pois ficaram com curiosidade em vê-lo, abrimos a porta e eles confirmaram que o quarto estaria frio e desabafámos que o quarto tinha ficado inundado anteriormente quando tomei banho, o casal incentivou-nos a solicitar a troca de quartos na recepção e foi o que fizemos com sucesso pois atribuíram-nos outro quarto muito mais quentinho e o meu marido já pôde tomar o seu duche sem ter de molhar o quarto todo.
Na manhã seguinte 7h30m portuguesas estávamos a tomar o pequeno almoço que era composto por 4 croissants doces 4 fatias de fiambre e 4 fatias de queijo, 2 unidades de margarina e 2 unidades de marmelada e 4 fatias de pão baguete, o café era servido á mesa pelos empregados juntamente com o leite. Ao finalizarmos fomos para o autocarro com a mesma motorista e chegámos ao outro hotel por volta das 8h20m portuguesas onde assistimos á apresentação publicitária até ás 15h portuguesas e fiquei impressionada com a quantidade de compras efectuadas pelas pessoas que estariam a assistir, falamos de valores entre os 1000€ e os 2000€ pensando para mim que ricas férias poderiam ter desfrutado estas pessoas com o investimento em artigos para o lar que fizeram. O espaço parecia o restaurante do hotel porque era composto por várias mesas com garrafas de água abertas e á frente a montra publicitária tapada com lençóis brilhantes. Por volta das 13h30 portuguesas começámos a almoçar. De entrada foi servido uma sopa de lentilhas com carne de porco e chouriço, de seguida frango assado (seco) com arroz, em cima da mesa colocaram 4 fatias de pão baguete uma garrafa de água fechada (solicitada pelo casal que estava a partilhar a nossa mesa devido á agua de garrafa que estaria anteriormente na mesa ser da torneira) e uma garrafa de vinho regional aberto. Uma pausa antes da sobremesa realizada pela Ideia Casa para mais uma apresentação publicitária e por fim a sobremesa uma fatia de gelado de morango e baunilha.
Saímos da apresentação com um tempo chuvoso e fizemo-nos á estrada com a mesma motorista por volta das 15h portuguesas, como o tempo escasseava e ás 17h30 portuguesas tínhamos de regressar a portugal a motorista meteu pé a fundo e acelerou um autocarro com 43 passageiros a 100 km/h com piso molhado e nevoeiro, quase se despistou 2 vezes, uma senhora e uma menina sentiram-se mal quando saímos para degustar as tartes de Santiago, os queijos, os chouriços e os licores correram para a casa de banho, enfim...
A degustação ocorreu por volta das 16h, correu como previsto, as iguarias apresentadas eram deliciosas, as tartes e os caprichos de Santiago muito boas, os queijos e os chouriços não ficaram atrás, houve quem comprasse, houve quem só degustasse. Por volta das 16h10  portuguesas regressámos ao autocarro e as 16h20 o vendedor guia pediu-nos para regressármos ás 17h20 portuguesas ao parque de largada e recolha de passageiros e os que chegassem atrasados pagariam 15€ de multa, explicou que o autocarro só tinha 15min para entrar no parque recolher os passageiros e sair e que esses 15€ seria o valor que a motorista teria de pagar caso ultrapassa-se os 15min de espera. Saímos do autocarro e o vendedor guia levou-nos á entrada da catedral de Santiago de Compostela informando-nos que não podia efectuar a visita connosco porque estaria proibido visto que os guias não seriam bem vindos devido á catedral ter os seus próprios guias e que não permitiam que outros efectuassem visitas guiadas ao recinto. Nisto eram 16h45 portuguesas quando entrámos na catedral e ás 17h05 quando saímos da mesma ( relembro-vos que no panfleto indicava visita á  praça da Alameda rodeada de belos jardins, árvores centenárias, universidade de Santiago considerada uma das mais antigas do mundo, de seguida tempo livre para visitar a grandiosa Catedral de Santiago de Compostela) ás 17h20 portuguesas estávamos a aguardar o autocarro que chegou por volta das 17h30. Entrámos com a mesma motorista de regresso a Portugal sem termos visto nada ou quase nada, enfim...
A viagem de regresso foi longa fizemos a uma paragem de 15min numa parte do percurso e só jantámos por volta das 23h30 portuguesas. Uma senhora sentiu-se mal alegando subida ou descida dos diabetes por estar demasiadas horas sem comer e a menina que se tinha sentido mal á tarde continuava mal disposta. Após o jantar existiu a troca de motoristas, estas estavam sempre ás turras, não se entendiam, picavam-se constantemente com anedotas desnecessárias e por vezes racistas, enfim...
Quase a chegar a casa a menina não aguentou mais. Tivemos que fazer uma paragem, para a menina poder vomitar a rica sopa de lentilhas e o frango seco assado.
Quando chegámos a Sintra, começa novamente a tourada. As senhoras motoristas não sabiam o percurso para a casa dos passageiros sendo o meu marido o guia de serviço. Por volta das 2h30 portuguesas finalmente cheguei a casa jurando para nunca mais viajar com a Ideal Casa e pensando em escrever este blogue a contar a minha experiência e a aconselhar a todas as pessoa a optarem por outra companhia para viajarem, porque na realidade  não visitámos quase nada , o programa não foi cumprido e as vendas ocuparam a manhã toda e inicio da tarde de domingo. Enfim...

Excursão, vendas ou fraude?

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